O Dia da Consciência Negra
O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à
reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A semana dentro da
qual está esse dia recebe o nome de Semana da Consciência Negra, dia este
que foi estabelecido pelo
projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003; a escolha do dia 20 de
Novembro foi uma homenagem a Zumbi, data na qual ele morreu. A data foi
escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da
Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar da resistência do negro
à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte de africanos para o
solo brasileiro (1549).~
Zumbi foi o grande líder do quilombo dos
Palmares, respeitado herói da resistência antiescravista. Pesquisas e estudos
indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um
dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue
ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o
futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e
Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre
Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de
Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o
Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi"
significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a
escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos portugueses,
em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da
Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá
viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares
constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios
e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto
significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e
comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam
escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
Este dia não foi estabelecido apenas para
lembrar e homenagear para que haja
conscientização e reflexão sobre a cultura negra no Brasil. Outros países também há uma data para que haja essa
conscientização. Nos Estados Unidos e Canadá existe o "Black
History Month" (Mês
da História Negra), que é celebrado todos os anos em Fevereiro.
Algumas
entidades como o Movimento Negro (o maior do gênero no país) organizam
palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras.
Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da
inferiorização perante a sociedade.
Outros
temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são:
inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há
discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza
negra, etc.
A desigualdade racial ainda é grande, em que grandes empregos, lugares
luxuosos geralmente são frequentados por pessoas brancas. Em quanto os negros
normalmente são subordinado aos brancos em seu trabalho, possui salário
inferior, etc.
"Consequência de um longo período escravocrata, que não acabou com a
abolição, mas se manteve na hierarquização da sociedade", como definiu há
alguns dias a presidente brasileira Dilma Rousseff.A consciência negra não deve haver só no
dia 20 de novembro, mas todos os dias a fim de reconhecer as injustiças
sofridas pelos afros descendem em nosso país.
“Consciência
tem cor?”
Pergunta essa
muito questionada, mas é claro que Inteligência não
tem cor, sabedoria, pertinácia e perseverança independem do tom da pele que
vestimos, graças à raça que a todos iguala, descendência única, que irmana e
une, ou seja, somos homines sapiens. Homens discriminando homens é o que revela
o protecionismo travestido de conquista social. A discriminação resta retratada
através de ofertas de vantagens e atalhos para a conquista de oportunidades, o
que diminui e muito a autoestima do ser humano. Quando abrimos caminhos e
ofertamos a trilha pronta, retirando pedras e cascalhos, fazendo a varrição de
espinhos, indiretamente, estamos fazendo com que o caminheiro sinta-se incapaz,
impotente e comandado. A maior riqueza do ser humano é a conquista de seus
ideais através da oportunidade do uso do livre arbítrio, arte personalíssima em
conseguir realizar projetos e subir ao pódio através da bravura. Quando tiramos
do homem o poder de realização através da capacidade e discernimento próprios,
realçamos sua impotência e ceifamos sua dignidade.
A grande descriminação é julgar o outro
incapaz e torná-lo um ser dirigido e dependente. O sistema de quotas,
favorecimento que escancara a falta de confiança na capacidade dos
beneficiados, prova, em letras, que veio para embaçar a realidade do ensino
público que não oferece eficiência e sequer eficácia. Mas, sabemos que
consciência não tem cor, porém as quotas serve para ajudar um negro que não
teve oportunidades, por morar em um local, onde não se tem escolas
qualificadas, nem estruturadas, e além do mais professores capacitados. Olhando
deste ponto, é justo a quota, não a ponto como discriminação, mas sim como uma
oportunidade à mais, afinal ao ingressar na faculdade ele terá a mesma
responsabilidade de uma pessoa com pele clara.
Presentear
com atalhos facilitadores não significa igualdade de condições mas deixa
límpido que o sistema de quotas nada mais é que o provisório definitivo para
ludibriar a quem tem direito ao ensino público de primeiríssima qualidade, o
que independe da cor da pele. No dia dedicado à Consciência, guerreira invisível
que luta por direitos e valores, urge repensar que consciência não tem cor e
habita a alma de todos os seres humanos, filhos do mesmo Deus, que sem utilizar
sistema de quotas, a todos agraciou com racionabilidade.
Fontes: